Património:Ministério da Cultura musealiza Fonte do Milho e cria roteiro do Vale do Varosa
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O Ministério da Cultura avança este ano com dois importantes projectos de valorização do património da região do Douro, nomeadamente a musealização da Fonte do Milho, na Régua, e criação do roteiro do Vale do Varosa.
Paula Silva, directora de serviço dos bens culturais da Direcção Regional da Cultura do Norte (DRCN), que falava à margem das Jornadas do Património Cultural do Douro, que decorreram hoje em Sabrosa, defendeu que "o património é absolutamente essencial para a valorização do Douro".
"O Douro são as vinhas e o vinho, mas a componente património é aquela que dá consistência ao próprio território e que também dá identidade às pessoas", afirmou.
Nesse sentido, anunciou que o Ministério da Cultura, através da DRCN, e a Câmara da Régua apresentam em Abril uma candidatura ao ON2, no valor de cerca de um milhão de euros, para a valorização das ruínas romanas da Fonte do Milho.
A Fonte do Milho, monumento nacional e afecto ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) desde 1992, está localizada no Peso da Régua e possui vestígios de lagares de azeite e de vinho construídos há cerca de dois mil anos pelos romanos.
O monumento, situado nas encostas do Douro no meio de vinhas, foi uma "villa" romana fortificada com vestígios de ocupação entre o século I e o Baixo-Império, ocupando uma área superior a um hectare.
O monumento integra duas imponentes linhas de muralhas em xisto.
"Em simultâneo com a cada vez maior divulgação das caves e quintas produtoras de vinho, é interessante podermos ir buscar esta componente da nossa história", sublinhou Paula Silva.
Para além do estudo e valorização das ruínas, o projecto prevê a construção de um núcleo museológico interpretativo da Fonte do Milho na aldeia de Canelas.
"Aqui os visitantes poderão ver um pequeno filme e ter acesso a documentação que explique a presença romana no Douro. No fundo é irmos buscar a identidade do Douro", explicou.
No dia 27 de Abril de 2005, cerca de 70 metros da muralha romana da Fonte do Milho foram destruídos numa movimentação de terras para a plantação de uma vinha.
O IGESPAR levou o caso a tribunal tendo ganho o processo contra o proprietário do terreno.
Os monumentos nacionais possuem 50 metros de protecção em toda a sua volta, onde é proibida qualquer intervenção, uma imposição legal que não foi respeitada pelo proprietário do terreno em causa.
Paula Silva referiu ainda que o Ministério da Cultura vai iniciar em breve o projecto grande de valorização do Vale do Varosa, um afluente do rio Douro, onde estão localizados os "dois mosteiros mais imponentes e mais significativos" de toda esta região, o de São João de Tarouca e o de Salzedas, concelho de Tarouca.
"Vamos lançar com os dois primeiros concursos, o de Salzedas e de Tarouca, no princípio de Março, prevendo-se que as obras tenham início no Outono. Cada um destes mosteiros será alvo de intervenções de cerca de 600 mil euros", referiu.
De acordo com a responsável, São João de Tarouca é uma ruína "mágica e linda" que vai ser preservada, enquanto que uma ala do mosteiro de Salzedas será museológica, com apresentação da pintura e estatuária.
Uma outra parte daquele mosteiro é privada e que poderá ser transformado em equipamento hoteleiro.
Paralelamente, será feita uma intervenção no mosteiro de Ferreirim e valorizada a Torre do Quenha, de forma a criar um Roteiro Turístico do Vale do Varosa.
PLI.
6 de febrero de 2009
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