11 de abril de 2008

Setubal -Portugal

Cetóbriga pode tornar-se património mundial

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A ideia de candidatura do achados romanos da cidade de Setúbal, em conjunto com os de Tróia, a património mundial pode ser admitida mas, para já, “as escavações continuarão junto do prédio onde este ano foram encontrados mosaicos romanos do século III antes de Cristo”, avança Carlos Tavares da Silva. O arqueólogo anuncia que “foram encontrados mosaicos romanos que evidenciam a presença, em Setúbal, de um prédio que terá sido, em tempos, pertencente a uma família aristocrata ou um edifício público da época romana”, descoberta feita durante as obras num prédio privado junto ao Museu de Arqueologia e Etnografia do distrito de Setúbal (MAEDS).

Esta nova descoberta em Setúbal vem comprovar a teoria de que aqui se “podem ter fixado famílias romanas e desmente a doutrina de que na cidade apenas se situaram indústrias da época ligadas à piscicultura”. A descoberta leva a crer que os achados pertencem a uma família aristocrata, pela qualidade do material e da presença da cor vermelha nos mosaicos. Segundo Joaquina Soares, directora do MAEDS, “a presença da cor vermelha em mosaicos da época do alto império romano verifica-se em situações em que os seus donos tinham possibilidade de os importar do Norte de África”. “A excelente qualidade dos materiais agora encontrados e o admirável trabalho na sua colocação” são também um fundamento da teoria, avança Joaquina Soares, acrescentando que, embora “os trabalhos estejam no início, espera-se encontrar o que outrora foi um edifício de grandes dimensões”.

Os mosaicos romanos agora encontrados situam-se na rua António Joaquim Granjo, próximo da avenida Luisa Todi, em Setúbal, mas a descoberta ainda não se encontra aberta ao público. Joaquina Soares informa que, neste sentido, a autarquia do concelho em conjunto com a Assembleia Distrital de Setúbal “concordaram alugar o espaço para o tornar num espaço museológico, após a conclusão dos trabalhos, decisão que a proprietária do edíficio aceitou”.

Joaquim Gonçalves, presidente da Assembleia Distrital de Setúbal, apresenta esta decisão como uma forma de a “memória da cidade de Setúbal ser preservada”, o que, a seu entender, é uma “mais valia para o turismo, pois não só a construção de empreendimentos capta mais visitantes, pois a cultura também tem um papel predominante”. Joaquim Gonçalves aponta a “falta de turismo cultural como um mal nacional” mas acrescenta que “as mentalidades estão a mudar”, considerando este projecto em concreto como “um sinal dessa mudança”.

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